A meta
principal deverá ser o fortalecimento do centro da cidade, atraindo as pessoas,
actividades e investimento para o seu centro e pôr fim ao fenómeno de dispersão
das cidades que só tem aumentado o tráfego automóvel, o consumo energético e a
área de solo ocupada. (…) Fundamental é o apoio aos bairros mais carenciados,
através da erradicação das áreas que ameaçam a atractividade, a
competitividade, a coesão social e a segurança nas cidades.
As cidades são
matrizes complexas de actividades e efeitos que exigem um planeamento
sustentável e a compreensão das suas relações e impactos locais e globais. Têm
um papel decisivo na concretização de objectivos de diversas estratégias e na
solução para a sustentabilidade global. O envolvimento efectivo de agentes e
cidadãos constitui um dos grandes desafios, tal como a percepção de cada local
como uma realidade única à qual os processos, embora assentes em princípios e
fases metodológicas concertados, se devem adaptar.
Na Carta de
Leipzig sobre Cidades Europeias Sustentáveis (Maio 2007), os 27 Estados-Membros
definiram, pela primeira vez, o modelo ideal de cidade para a Europa do século
21 e acordaram estratégias comuns para uma política integrada de
desenvolvimento urbano, que combina todas as políticas relevantes da UE e
envolve os actores a todos os níveis – local, regional, nacional e comunitário.
A Carta de Leipzig define as bases da nova política urbana europeia, focada em
auxiliar as cidades a resolver os problemas de exclusão social, envelhecimento,
mobilidade e alterações climáticas. Determina, então, que deverão ser tomadas em
consideração simultaneamente e em pé de igualdade todas as vertentes do
desenvolvimento sustentável, nomeadamente a prosperidade económica, o
equilíbrio social e um ambiente saudável.
São quatro as
áreas fundamentais para avançar neste sentido: economias locais viáveis;
comunidades justas, pacíficas e seguras; cidades eco-eficientes; comunidades e
cidades resilientes. Sem esquecer que importa considerar tanto a questão da
energia e dos materiais (inputs), quanto a dos resíduos e do crescimento das
estruturas como carros e edifícios (outputs). Só assim se conseguirá tornar a
Europa um espaço mais atractivo para viver e trabalhar, uma vez que, se por um
lado as cidades geram 75 a 85% do Produto Interno Bruto da Europa, por outro
consomem quase três quartos da energia (Carta de Leipzig, 2007).
A meta
principal deverá ser o fortalecimento do centro da cidade, atraindo as pessoas,
actividades e investimento para o seu centro e pôr fim ao fenómeno de dispersão
das cidades que só tem aumentado o tráfego automóvel, o consumo energético e a
área de solo ocupada. Logo a seguir vem a recuperação de edifícios residenciais
e comerciais no centro das cidades, com uma maior diversidade de actividades e
dotada de áreas de lazer e trabalho, tornando as cidades mais vigorosas e mais
estáveis, social e economicamente. Fundamental é o apoio aos bairros mais
carenciados, através da erradicação das áreas que ameaçam a atractividade, a
competitividade, a coesão social e a segurança nas cidades.
Na Europa
existem já diversas pequenas cidades com desenvolvimento sustentável
consolidado. Entre bairros, pequenas cidades e megacidades, encontram-se por
todo o mundo diversos exemplos a seguir. Reconhecidas pela ONU como modelo de
sustentabilidade, existem actualmente milhares de comunidades de baixo impacto
ambiental no mundo, pequenos centros comunitários pensados e construídos por
forma a optimizarem os benefícios da energia solar e o aproveitamento das águas
das chuvas, onde a produção alimentar é local e orgânica, as construções recorrem
a materiais naturais e os resíduos são devidamente valorizados.
Em Portugal, as
cidades de Lisboa e Porto estão integradas no grupo de sete cidades (Boston,
Lima, Lisboa, Porto, Cidade do México, São Francisco e Singapura) que serão
alvo de estudo por investigadores do Massachusetts Institute of Technology
(MIT) e de Portugal, no âmbito da quantificação e promoção do nível de
sustentabilidade relativa dos centros urbanos. Este grupo de investigação visa
fomentar a discussão sobre formas de apoio à decisão dos responsáveis políticos
em matéria de concepção, teste e implementação de novas políticas ambientais, a
par da difusão de novos conhecimentos pela população, visando captar o seu
empenho e melhor compreensão desta matéria.
Mas o sonho da
cidade do futuro persiste, de pés e mãos firmes na Terra, percorrendo caminhos
que exigem longas e consequentes caminhadas. Posto isto, o processo para cidade
sustentável assenta na criatividade e na mudança. Põe em causa a acção
tradicional das autoridades e procura novas competências e relações
organizativas e institucionais.
Adaptado de camarasverdes.pt
Preciso fazer um trabalho completo sobre este tema na faculdade, alguém pode me ajudar?
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