terça-feira, 20 de março de 2012

Cidades Sustentáveis: As Cidades do Futuro?


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A meta principal deverá ser o fortalecimento do centro da cidade, atraindo as pessoas, actividades e investimento para o seu centro e pôr fim ao fenómeno de dispersão das cidades que só tem aumentado o tráfego automóvel, o consumo energético e a área de solo ocupada. (…) Fundamental é o apoio aos bairros mais carenciados, através da erradicação das áreas que ameaçam a atractividade, a competitividade, a coesão social e a segurança nas cidades.

As cidades são matrizes complexas de actividades e efeitos que exigem um planeamento sustentável e a compreensão das suas relações e impactos locais e globais. Têm um papel decisivo na concretização de objectivos de diversas estratégias e na solução para a sustentabilidade global. O envolvimento efectivo de agentes e cidadãos constitui um dos grandes desafios, tal como a percepção de cada local como uma realidade única à qual os processos, embora assentes em princípios e fases metodológicas concertados, se devem adaptar.

Na Carta de Leipzig sobre Cidades Europeias Sustentáveis (Maio 2007), os 27 Estados-Membros definiram, pela primeira vez, o modelo ideal de cidade para a Europa do século 21 e acordaram estratégias comuns para uma política integrada de desenvolvimento urbano, que combina todas as políticas relevantes da UE e envolve os actores a todos os níveis – local, regional, nacional e comunitário. A Carta de Leipzig define as bases da nova política urbana europeia, focada em auxiliar as cidades a resolver os problemas de exclusão social, envelhecimento, mobilidade e alterações climáticas. Determina, então, que deverão ser tomadas em consideração simultaneamente e em pé de igualdade todas as vertentes do desenvolvimento sustentável, nomeadamente a prosperidade económica, o equilíbrio social e um ambiente saudável.

São quatro as áreas fundamentais para avançar neste sentido: economias locais viáveis; comunidades justas, pacíficas e seguras; cidades eco-eficientes; comunidades e cidades resilientes. Sem esquecer que importa considerar tanto a questão da energia e dos materiais (inputs), quanto a dos resíduos e do crescimento das estruturas como carros e edifícios (outputs). Só assim se conseguirá tornar a Europa um espaço mais atractivo para viver e trabalhar, uma vez que, se por um lado as cidades geram 75 a 85% do Produto Interno Bruto da Europa, por outro consomem quase três quartos da energia (Carta de Leipzig, 2007).

A meta principal deverá ser o fortalecimento do centro da cidade, atraindo as pessoas, actividades e investimento para o seu centro e pôr fim ao fenómeno de dispersão das cidades que só tem aumentado o tráfego automóvel, o consumo energético e a área de solo ocupada. Logo a seguir vem a recuperação de edifícios residenciais e comerciais no centro das cidades, com uma maior diversidade de actividades e dotada de áreas de lazer e trabalho, tornando as cidades mais vigorosas e mais estáveis, social e economicamente. Fundamental é o apoio aos bairros mais carenciados, através da erradicação das áreas que ameaçam a atractividade, a competitividade, a coesão social e a segurança nas cidades.

Na Europa existem já diversas pequenas cidades com desenvolvimento sustentável consolidado. Entre bairros, pequenas cidades e megacidades, encontram-se por todo o mundo diversos exemplos a seguir. Reconhecidas pela ONU como modelo de sustentabilidade, existem actualmente milhares de comunidades de baixo impacto ambiental no mundo, pequenos centros comunitários pensados e construídos por forma a optimizarem os benefícios da energia solar e o aproveitamento das águas das chuvas, onde a produção alimentar é local e orgânica, as construções recorrem a materiais naturais e os resíduos são devidamente valorizados.

Em Portugal, as cidades de Lisboa e Porto estão integradas no grupo de sete cidades (Boston, Lima, Lisboa, Porto, Cidade do México, São Francisco e Singapura) que serão alvo de estudo por investigadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e de Portugal, no âmbito da quantificação e promoção do nível de sustentabilidade relativa dos centros urbanos. Este grupo de investigação visa fomentar a discussão sobre formas de apoio à decisão dos responsáveis políticos em matéria de concepção, teste e implementação de novas políticas ambientais, a par da difusão de novos conhecimentos pela população, visando captar o seu empenho e melhor compreensão desta matéria.

Mas o sonho da cidade do futuro persiste, de pés e mãos firmes na Terra, percorrendo caminhos que exigem longas e consequentes caminhadas. Posto isto, o processo para cidade sustentável assenta na criatividade e na mudança. Põe em causa a acção tradicional das autoridades e procura novas competências e relações organizativas e institucionais.

Adaptado de camarasverdes.pt

Um comentário:

  1. Preciso fazer um trabalho completo sobre este tema na faculdade, alguém pode me ajudar?

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