
A rotina na
oficina começa cedo, às 8h, e vai até as 16h. Segundo Milene Fonseca, diretora
do Centro de Recuperação do Coqueiro, as atividades são essenciais no período
de reclusão. No Centro, além da oficina de vassouras, funciona uma marcenaria e
uma confecção de artesanato. “O trabalho diminui a ociosidade e a reincidência
dos internos, e ainda reforça a disciplina dentro da casa penal. E através dele
também se promove um resgate da própria dignidade do preso. Além disso,
desonera o Estado em algumas demandas. Aqui, por exemplo, não precisamos mais
comprar vassouras, e são necessárias muitas para fazer a limpeza diária das
dependências do CRC”.
No Centro de
Recuperação do Coqueiro, a produção de vassouras de pet fica a cargo de Carlos
de Lima, 45, e José Maria de Melo, 70. Os dois chegam a fabricar, em média, de
três a quatro dúzias delas por mês, todas usadas na limpeza da unidade. Além de
ajudar na economia interna, as vassouras feitas a partir de garrafas plásticas
têm uma durabilidade bem maior que as de piaçava - as primeiras duram até 15
dias, enquanto as últimas são utilizadas por, no máximo, três. “Quando eu
cheguei aqui, há dois anos, o projeto já existia e eu acabei me interessando
pelo trabalho, até porque eu precisava aprender alguma coisa para ter como
sobreviver quando saísse daqui", diz Carlos, que já ensinou a técnica da
reciclagem a vários outros detentos.
Para Carlos,
além de um ofício, o projeto funciona como uma terapia. "Isso pra mim é
muito importante, porque me ajuda a ocupar a cabeça e a me preparar para sair
daqui melhor do que eu entrei. O CRC pra mim não é uma cadeia, é uma escola,
pois aprendi muito aqui. Ganho minha liberdade em abril do ano que vem e já
estou falando com a minha família para montar uma oficina em casa”, revela.
O trabalho
na oficina de vassouras de pet é totalmente artesanal. As ferramentas foram
confeccionadas pelos internos e todo o processo é feito de forma manual, desde
o desfilamento das garrafas até o produto final. “Estou trabalhando há um
ano aqui e todo mundo me trata muito bem, ninguém me discrimina. Aqui no
CRC eu tirei meu segundo e também me tornei evangélico, o que mudou muito a
minha vida. Eu sou como essas garrafas, que ganharam uma nova função. Também
estou sendo reciclado aqui, ganhando uma nova oportunidade de mudança na minha
vida”, falou José Maria de Melo.
As vassouras
produzidas por detentos de sete unidades penais do estado foram expostas na I
Feira Estadual do Artesanato Paraense e 26ª Feira do Artesanato Mundial, que
aconteceu de 4 a 12 de agosto no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da
Amazônia. Além das vassouras, outros artefatos produzidos nas unidades penais
do Estado fizeram parte do estande “Articulação e Cidadania”, programa do
Governo do Estado vinculado à Casa Civil da Governadoria e desenvolvido em
parceria com diversos órgãos. A venda dos produtos é revertida aos familiares
dos internos.
Fonte: Governo do Pará
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